5 de janeiro de 2010

Dostoiévski - O Sonho de Um Homem Ridículo

Fiódor Dostoiévski (1821-1881) foi um dos maiores escritores que a humanidade pôde presenciar. "O Sonho de Um Homem Ridículo", para os que não tiveram a oportunidade de ler suas longas obras - como "Os Irmãos Karamazov" ou "Memórias da Casa dos Mortos" - é um excelente tira-gosto para os que têm apetite por belos textos literários. 

Sinopse:

Escrito no ano de 1877, o conto em questão retrata a história de um personagem - o qual não possui nome nem características físicas explicitadas - que se considera extremamente ridículo em suas ações e pensamentos, mas que não obstante, não se acha inferior às outras pessoas de sua sociedade. Deliberadamente confuso entre a escolha entre viver ou morrer, ele começa a analisar como fatos irrelevantes conseguem mudar as nossas vidas - como sonhos ou empurrões -, mesmo quando se parece estar indiferente perante a todos os acontecimentos que acontecem ao nosso redor. Com um revólver à mão, o personagem se vê hesitante perante o resultado que pode causar ao mundo por puxar o gatilho, entretanto, ao cair em sono profundo, seu sonho o revela uma outra imagem - que vai do céu ao inferno - de como a vida ao mesmo tempo pode ser transcendental ou miserável.

Como qualquer adaptação que transforma uma obra escrita em vídeo, é preferível que se tenha em mente a versão original para que se possa aproveitar, da melhor maneira possível, a essência das idéias do autor. 

Versão Escrita:

A versão escrita, além de ser bastante curta - apenas 23 páginas -, é um must-have literário - assim como a vasta bibliografia de Fiódor Dostoiévski. A mesma demonstra um domínio gramatical excelente e idéias que nos faz ver que não é à toa que o autor é considerado um dos melhores de seu gênero literário.

 
Versão Cinematográfica:

A versão gráfica é surpreendentemente excepcional. O autor do vídeo teve um imenso trabalho ao transformar pinturas feitas a óleo em animação, e a adaptação do texto foi feita de forma excelente.



Parte 2

"Se eu me matasse, o mundo deixaria de existir, ao menos para mim"

Por Italo Lins

Um comentário:

  1. Céus!
    É tão genial que eu não sei nem por onde começar a falar!

    O texto é profundíssimo, e nos leva a pensar na essência humana. Algo interessante, também, é o personagem não querer se matar como uma fuga, ou algo parecido, mas como algo sensato a ser feito. O sentimento que Dostoiévski passa é genialmente fiel à psique humana. E os devaneios, os pensamentos dele, são tão verossímeis! Genial.

    E a animação! Hah! Épico! Uma adaptação muitíssimo bem feita. Não uma cópia fiel, mas tentou passar o melhor possível cada um dos sentimentos descritos por Dostoi. E a execução! Céus! Eu me pegava impressionado e extasiado com a qualidade das pinturas! É um impressionismo do ponto de vista de execução e um realismo do ponto de vista estético.

    E, bom, a lição final da coisa é algo parecido com o que eu falei no post sobre amor. E é bom acreditar que esse sonho é real. E poderia se tornar realidade.

    No final das contas, é a falta de respeito, de consideração, de HONRA, eu diria, que faz com que a sociedade e as relações interpessoais estejam tão fúteis e irreais como estão hoje em dia.

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