9 de janeiro de 2010

Mindwalk



Bernt Amadeus Capra - inspirado em sua própria short story - é o autor de Mindwalk; uma obra cinematográfica que traduz, de uma maneira bastante elegante e clara, os pensamentos de Fritjof Capra no livro "O Ponto de Mutação".

Fato curioso é que Bernt e Fritjof Capra são irmãos, e ao que parece, chegaram a um consenso no que tange as questões filosóficas e físicas consideradas fundamentais: tempo, espaço e moral.

Sinopse:

Jack Edwards (Sam Waterston) é um possível candidato à presidência dos Estados Unidos e encontra-se em um conflito pessoal perante a honestidade e inspiração política. Thomas Harriman (John Heard), amigo pessoal de Jack, é um poeta de pouca fama que tenta ser o melhor no que faz, mesmo considerando-se um péssimo marido, um pai irremediavelmente ausente e um romântico medieval.

Em meio a sua caminhada filosófica, os amigos decidem visitar uma curiosa ilha que se encontrava no meio do trajeto, fazendo com que ambos entrassem em contato com Sonia Hoffman (Liv Ullmann), uma física norueguesa que optou por se isolar da sociedade pelo fato do governo norte-americano estar usando suas pesquisas de raio-x a laser da maneira errada.

Com a união de três distintos intelectuais, foi inevitável assuntos como o Projeto Manhattan, a dualidade da medicina entre intervir e prevenir, o mecanicismo cartesiano, a relação entre os humanos e a teoria da física quântica serem tocados. Inclusive com poemas de Pablo Neruda e belas visões de um fim de dia.

Crítica:

A palavra que consegue resumir este brilhante filme da forma mais exata é "construtivo". Em Mindwalk não há grandes interpretações, efeitos especiais estonteantes ou uma história bastante elaborada: tudo o que importa aqui são os diálogos entre os atores, ou seja, o conteúdo. Conteúdo este que é abordado de forma extremamente clara e coerente, já que como os personagens possuíam visões diferentes, vários argumentos e contra-argumentos foram plausíveis; entretanto, todos chegaram a uma conclusão semelhante: precisamos mudar nossa postura em relação ao mundo se quisermos sobreviver.

Mesmo sentindo a ausência da movimentação das câmeras e dos diálogos soltos como apenas Richard Linklater consegue fazer (a exemplo de Waking Life), Mindwalk é um filme extramente belo que conseguirá fazer você perceber o dia-a-dia de uma maneira diferente nos âmbitos material e abstrato.



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Se preferir fazer o download do filme por completo, clique AQUI.

Por Italo Lins

4 comentários:

  1. Putz bixo, sou louco pra ler o livro, ja ouvi falarem muito bem do filme, apesar de ser um diálogo a trama inteira!
    mas deve ser muito interessante assistir essa história assim como lê-la!
    Não conhecia o título em inglês, achei mais sugestivo que Ponto de Mutação, alem de que, Mindwalk é até mais legal XD

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  2. Haha, é verdade, como dizia meu avô, "o grosso" do filme são os diálogos. Mas mesmo assim - ainda somando ao fato do filme ter duas horas de duração - eu não o achei cansativo. Muito pelo contrário, já que eu fiquei voltando alguns trechos para buscar outras interpretações e reflexões sobre o que estava sendo mostrado.

    Na verdade - não sei se deixei claro no texto - o filme é uma adaptação do próprio livro do diretor (que se chama Mindwalk). O livro Mindwalk então, foi influeciado pelo "O Ponto de Mutação" (que em inglês se chama "The Turning Point"), que é de Fritjof Capra, irmão do diretor.

    Mas sem dúvidas, um filme necessário de ser visto e apreciado.

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  3. Filme bão. Pq bão é assim mesmo, sem muito nhém nhém, kabum e talecoisas. Eles dissolvem bem as idéias, sem precisar se conter na base das referências filosoficas e cientificas usadas pra passar a idéia de mutação.

    O blog ta show, cheio de indicação maneira.
    To gostando de acompanhar.

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  4. haha é verdade, Elielson! E seja bem-vindo ao blog; qualquer coisa, é só sugerir ou criticar que a gente segura as pontas.

    Abraço!

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