8 de novembro de 2009

Sófocles - Édipo em Colono



Seguindo a ordem cronológica, "Édipo em Colono" é considerado uma ponte cuja ligação ocorre entre as obras "Édipo Rei" e "Antígona" que, apesar de importante para a tragédia grega, não é  a peça mais animadora da trilogia edipiana pela razão de ser muito eloqüênte e inercial.

Servindo de subsidio a história do livro anterior; angustiado por tomar ciência de que matara seu pai e casara-se com sua mãe, Édipo arranca seus olhos, a fim de que sua existência, em um ato de autopunição, tornasse-se uma caminhada rumo ao desconhecido em escuridão plena. Não obstante, Polinices e Eteócles, seus próprios filhos, exilaram-o de sua terra natal porque consideravam o crime de parricídio e a conduta incestuosa imperdoáveis, temendo uma possível maldição divina para todos os tebanos.

Embora nenhum humano pudesse impedir que essa praga ocorresse.

Sem pátria, visão e amor próprio, Édipo tornou-se um mendigo errante que caminhava pelos solos gregos guiado pela sua filha fiel Antígona, que nunca o havia abandonado. Perdidos, pararam para descansar sobre uma rocha em terras próximas a Atenas, a fim de buscar informações do local no qual pisavam. Ao saber que estavam na terra sagrada de Colono, um aldeão, vendo o estado deplorável dos estrangeiros, induziu-os a retirarem-se de onde estavam, pois envergonhavam os deuses sagrados.


Febo, filho de Zeus, outrora mencionara que Édipo morreria em solo divino, e que a nação a qual cedesse um túmulo para o sofredor seria abençoada pelos deuses. Lembrando-se disso, começou a contar sua história, chegando à conclusão de que realmente não era culpado pelos crimes cometidos, já que havia matado seu pai por uma questão de legítima defesa e não cogitava o fato de sua esposa na verdade ser sua mãe.

Comovidos pela tragédia, os cidadãos da aldeia concordaram em chamar Teseu, imperador de Atenas, para que Édipo pudesse propôr um acordo que traria prosperidade à democrática cidade grega a qual governava.

Enquanto esperava a chegada do imperador, Ismênia aparece em seu cavalo para comentar o ocorrido entre Polinices e Eteócles. Este, movido pela ganância, havia expulsado aquele de Tebas, que agora juntara-se a Argos com a intenção de declerar guerra entre as duas cidades. Édipo nada comentou e, ao ver seu filho Polinices chegar para dialogar e pedir aliança em seu conflito contra o irmão, acabou por negar uma mão amiga.

Sons de cavalos trotando chegavam aos ouvidos dos presentes e o Coro (quinze cidadãos de Colono) anunciava a chegada de Teseu, que chegou a um acordo mútuo com Édipo, alegando mover suas tropas em defesa do cego, caso necessitasse.

Creonte, ao saber da notícia do túmulo sagrado edipiano, exigiu que o mesmo fosse a Cadmo (cidade nas adjacências de Tebas) para que sua cidade não caísse na maldição dos deuses. Movido pelo orgulho e sustentando sua moral, Édipo nega a exigência e ouve suas filhas Antígona e Ismênia serem raptadas pelas tropas de Creonte. Minutos após o evento, Teseu e seus homens derrotam os inimigos e trazem as donzelas de volta ao pai.

Por fim, ao sentir que a hora de abandonar o mundo dos vivos havia chegado, Édipo retirou-se com Teseu apara que fosse enterrado em um lugar onde apenas eles e os deuses sabiam, para que seu corpo não fosse violado por outrem. A maneira como morreu, ninguém nunca soube.

Antígona e Ismênia então voltaram à Tebas, encontrando condições plenas de gozar a vida e assistir a batalha sanguinária entre seus irmãos Polinices e Eteócles, que ocorrerá no próximo livro, que leva o nome "Antígona".

Por Italo Lins

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