25 de janeiro de 2010

Schopenhauer e o Amor


Parte 2
Parte 3

"Nada na vida é mais importante que o amor (...) porque o que está em jogo é a sobrevivência da espécie" Arthur Schopenhauer.

O breve episódio acima - apesar de contar com uma trilha sonora entediante e um apresentador um tanto naïve - mostra fragmentos da vida de um dos maiores filósofos do século XIX.

O vídeo é menos explicativo que o necessário e composto por assuntos biográficos. Entretanto, mesmo considerando certos trechos irrelevantes e bobos, acreditei ser válido postá-lo porque dessa forma nós podemos entrar em contato com a cultura alemã do século retrasado incisivamente.

Entender a sociedade alemã do século XIX significa compreender as relações de sua filosofia com o meio que cercava a sua mente, levando-nos a analisar o seu comportamento perante algo às vezes tão inexprimível como o amor. Sentimento esse, martelado por Schopenhauer de uma maneira intrinsecamente biológica, chegando a bater às portas de um Darwinismo inconsciente sem hesitação.

Como de costume, uma quebra de paradigmas.

Por Italo Lins

5 comentários:

  1. O foda é que não tem como discordar veemente ou completamente dessa idéia de Schops. No frigir dos ovos, a gente tem que manter a espécie mesmo. Mas eu acredito que isso seja uma visão, além de muito reducionista, muito darwiniana do amor. E todos sabemos que Darwin construiu a base de muitas coisas, mas ele não estava inteiramente correto. Assim como Newton e Descartes, como a gente já tanto citou aqui no blog: eles estavam certos e foram importantíssimos para seu tempo, mas nós já ultrapassamos as idéias deles isoladamente.

    De todo modo, é inegável a genialidade de Schopenhauer. Proferir tais palavras quase (ou por volta de) um século antes de Freud! Que vem constatar essa mesma idéia do ponto de vista psicanalítico! Era um homem que, de fato, estava muito a frente do seu tempo. Tanto que, até hoje em dia, os textos de Schopenhauer são assustadoramente recentes.

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  2. Esse eu assisti a um bom tempo e o tenho guardado, recomendo não só esse episódio e sim toda série, que é se não genial, muito bem bolada. Os episódios sobre os diferentes filósofos são muito bons, não tem como avaliar senão em conjunto, a maneira na qual se fala de Nietz,Seneca,Montaigne são de uma simplicidade admirável, sem ser piegas e pedante. Alain de Botton é um dos importantes filósofos contemporâneos com o seu método de uso prático da filosofia.

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  3. Betinho,

    Fato é que não assisti a nenhum dos outros documentários senão esse de Schopenhauer e o Amor. Você diz que é necessário avaliá-los em conjunto, entretanto, caso os demais documentários sobre outros filósofos sigam a mesma estrutura deste, acredito estar longe - longíssimo, até - de ser genial.

    Obviamente, tem seus pontos fortes, mas, em muitos momentos - refiro-me apenas a este documentário do texto - ele se torna deveras forçado, eu diria - para não usar outro adjetivo que possa ser mal-interpretado. Em passagens como na que ele vai à boate, fazer aquelas perguntas aos frequentadores, o documentário se torna, se não constragedor, no mínimo, desnecessário.

    Loosely citando Freud - pois não lembro a citação exata -, não devemos deixar filosofia alguma atrapalhar nossos momentos de feliz 'ingenuidade'. O ser humano é composto por várias facetas, e, apesar de ser uno, de fato, é necessário saber separá-las. Isso se trata de nada menos que adequação, e não me refiro a adequação perante a sociedade apenas, mas também perante a si. E, acredito eu, ele foi deveras inadequado ao fazer uma tomada como aquela.

    Como disse, pode ser que analisado o panorama geral, incluindo os demais comentários, a minha opinião melhore, não duvido. Entretanto, baseando-me neste - o único que vi, repito - está longíssimo de ser algo parecido com genial.

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  4. " Não devemos deixar filosofia alguma atrapalhar nossos momentos de feliz 'ingenuidade' "

    Isso me Lembra Russell e os seus mandamentos.

    "Não tenhas ineveja daqueles que vivem em num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso".

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  5. Como eu disse, isso é uma citação de Freud. E, para mim, em vez de lembrar apenas Russell, me lembra algo muito maior: equilíbrio. Que, por sua vez, me lembra tradições orientais antiquíssimas, muito mais antigas que o pensamento ocidental, que está aprendendo a andar agora.

    Eu entendo e reconheço a necessidade da hipocrisia como cimento de nossa sociedade, mas aqui não é um lugar para alimentá-la. Não me diga que você pensa crítica e filosoficamente quando beija sua namorada ou abraça sua mãe.

    Há uma razão pela qual eu coloquei ingenuidade entre apóstrofos. Ignorância nem sempre é bênção, de fato, mas, às vezes não apenas o é, como é estritamente necessária.

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